Na solidão em que disperso
Todos os sentimentos na linha tênue
Daqueles devaneios brilhantes
Apenas contemplados pelos cegos
E loucos Quixotes de Cervantes
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Vejo-te a beijar os antagonistas de Shakespeare
E deles herdar a força e crueldade da mordida
Das hienas, não pardas, mas coloridas
Sua loucura e a delas sob a mesma medida
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Quereria sonhar-te bela e feliz
Mas ao encontro das vírgulas
Dispersas no texto como gatos trepados em muros
Sempre encontro na memória um aposto a explicar-me:
_ A Bela que era uma Fera agora jaz morta
Ao ingerir o próprio veneno da indiferença e do absurdo.
…
Luciano Aparecido Marques