Ela remói dolorida aqui dentro,
Remexe gosmenta em todos os cantos.
Foge enquanto eu a busco atento,
Com meus neurônios pulsando nos flancos.
Fica cravada feito vã maldade
Sem remédio de nenhuma parte.
Ferpa encrustada no fundo da carne.
Seu nome qual é!!? Chamam-na saudade!
Onde está afinal aquela estrela
Que costumava brilhar no céu negro,
E de manhã tão quente como sol
Abria a porta do sorriso
E com olhos brilhantes feito farol
Dizia: “Nossa, que dia lindo”?
É, meu caro, o que fazer nesta hora?
Resta apresentar ao criador,
Do poente a aurora, a própria dor
Que como bálsamo cicatrizante,
Fará um dia a dor ficar menos pulsante.
Luciano Aparecido Marques