Depois eu faço
Amanhã eu terei tempo
Agora estou alimentando a minha demanda hormonal
Quando eu terminar essa ação tão esquematicamente normal
Eu direi a mim mesmo:
_Que embaraço!
Porque não consigo?
Tal como o discípulo afirmou
Ser difícil fazer aquilo que é preciso em detrimento do que eu quero
Sei o que devo realizar, mas coloco na frente a imediata vontade estéril
Dessa forma me torno quem sou
E não o que preciso.
E assim passa-se o tempo
Jocoso e tenaz, mas maquinalmente sádico
Pois quando termina a aurora do desejo encravado na alma
Ele sai indiferente rumo ao infinito e com toda calma
Nos deixa perdidos no presente trágico
No qual perdemos o momento
Luciano Aparecido Marques