De quem é esse tempo?
Não seria das flores?
Ou de todas as dores
Cujo triste lamento
Ocultado na alma
Corrói a santa calma
E destrói o momento
Conferindo ao destino
As mazelas do corpo
Como se houvesse porto
Em que todo o ferido
Por sua própria rudeza
Retornasse ao início
Onde todo o vício
Encontraria a pureza?
Não é assim, meu caro
A natureza cobra
O que ato aprova
E a falta de amparo
Porque se desencanta
O estado atual
Vem d’um mundo no qual
Colhe-se o que se planta.
Mesmo que seja incrível
Mas de um ato inocente
O corpo ainda sente
Tal lei irredutível!
….
Luciano Aparecido Marques