Ensino e aprendizagem: é o aluno quem aprende ou o professor quem ensina?

O processo de ensino e aprendizagem se dá a partir da troca de informações entre professor e aluno, de modo que este último não é um indivíduo nulo, sem conhecimento ou experiência, pelo contrário, é por meio da riqueza de informações que os alunos trazem para a sala de aula juntamente com o saber técnico do professor, que o conhecimento se faz na sala de aula.

Na prática pedagógica não devemos trabalhar apenas o conteúdo da aula, é importante priorizar também o “saber fazer” e o “saber conviver” a partir da prática socializada. Por meio da troca de experiências, os alunos são capazes de compreender um assunto compartilhando experiências prévias ou descobrindo novos conhecimentos.

Uma situação interessante que costuma ocorrer em aulas nas quais as dimensões atitudinal e procedimental são trabalhadas, é o desafio de se trabalhar em grupos. Alguns professores costumam não agrupar os alunos com o receio de que a aula se torne incontrolável do ponto de vista disciplinar. Isso pode até se concretizar em alguns casos, porém, o professor precisa tentar.

Ao agrupar os alunos, a situação mais problemática é administrar os conflitos, por isso o saber conviver deve se fazer presente nas aulas. Para que uma atividade em grupo se concretize de forma qualitativa, o professor precisará planejar e avaliar a sua aula, pois nem sempre a mesma atividade é um sucesso em turmas diferentes.

Se a atividade em grupo fracassa, isso não deve ser o fim do mundo, pelo contrário, é importante utilizar o fracasso como mola propulsora para alavancar o interesse do aluno. O professor não deve assumir uma postura punitiva quando o aluno não compreende um assunto ou não produz o resultado almejado.

Portanto, mestre, tenha em mente que além da dimensão conceitual, é fundamental trabalhar as dimensões atitudinais e procedimentais com os alunos para que a turma se torne sua aliada.

Luciano Aparecido Marques.

Como aplicar técnicas simples para mudar sua prática em sala de aula.

Poeminho do Contra

Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão…
Eu passarinho!

Mário Quintana

A história se repete continuamente. O professor ou professora entra em sala de aula esperando a mesma recepção de sempre: indisciplina e indiferença. A pergunta simples é: o que você tem feito para mudar essa realidade? Já sei algumas respostas! Você tem pensado em mudar de emprego esperando que em algum lugar do globo haja o emprego ideal que caiba exatamente em suas expectativas de sucesso, mas infelizmente nunca encontra esse tesouro. Pois bem caríssimo ou caríssima, esse lugar perfeito não existe, ele precisa ser construído, portanto, bem vindo ao planeta terra!

Como encarar a indisciplina e o insucesso escolar?

Comecemos por explicar uma questão muito simples: respeito e disciplina não acontecem naturalmente, mas são conquistados. A maior ferramenta que um professor tem a seu favor é conhecimento, e na era digital o acesso a esse recurso é fácil, rápido e eficiente, portanto a primeira coisa que nós educadores devemos fazer é dominar a aula que lecionamos, mas não apenas isso, é preciso saber como o assunto da aula será abordado e que relevância ele terá na vida do aluno. Lembre-se do que foi dito anteriormente, a informação é abundante e de fácil acesso, mas isso não significa que as pessoas sabem fazer bom uso dela. Portanto aqui está a primeira técnica que um bom educador deve aplicar antes de entrar em uma sala de aula:

  • Domine o conteúdo a ser ensinado.

Agora que sabemos da importância do conteúdo, analisemos um segundo ponto importante na obtenção do sucesso escolar:

  • Conheça os alunos.

Ainda que pareça óbvio, esse elemento é de suma importância, pois só é possível ensinar algo no ambiente escolar quando cria-se empatia entre aprendiz e mestre e para isso é necessário saber quem são os aprendizes. Engana-se quem pensa que para desenvolver essa tarefa são necessárias muitas aulas. Na primeira aula é possível conhecer algumas especificidades de cada aluno a partir de algumas dinâmicas. Ah, uma ferramenta poderosa e fundamental é chamar os alunos pelo nome a partir do primeiro dia de aula. Se você tem alguma dificuldade em gravar o nome dos alunos anote-os em uma caderno e associe-os a imagens mentais para que você os memorize de forma mais rápida.

A terceira ferramenta é fundamental e tem a ver com a segunda:

  • Personalize suas aulas.

Para obter o respeito dos alunos devemos conhecê-los não apenas pelo nome , mas precisamos ir além. Com o tempo é necessário obter informações relevantes sobre as expectativas e as preferências dos aprendizes para que a aula seja personalizada e faça mais sentido para eles. Imagine que você é fã de rock’n’roll e está em uma aula de inglês na qual a professora lhe chama pelo nome e afirma que hoje irá trabalhar com uma música do seu grupo favorito e, além disso, ela preparou essa atividade pensando em você. Qual é a chance do assunto lhe agradar? Acredite, é possível fazer essa prática em cada aula. Dá trabalho, mas é recompensador.

A última mas não menos importante dica é:

  • Valorize-se!

Para estar em uma sala de aula você dedicou horas e horas de sua vida, portanto, não deixe ninguém desvalorizar o que você levou tanto tempo para conquistar, mas lembre-se a melhor forma de fazer isso não é a partir da discussão e sim a partir de atitudes diárias que fazem a diferença na vida dos alunos e da comunidade escolar. A pessoa que deve se sentir mais feliz na sala de aula é você, logo, não permita que tirem a sua paz e, se necessário, sempre adapte a sua prática para a obtenção de sucesso.

Luciano Aparecido Marques