Pulchra!
Semântica bonita de fonética feia.
Bellum!
Semântica feia de fonética linda.
Igual ao olhar
De estupenda beleza
E orgulho preclaro
Com tom âmbar
De pleno escárnio
E de invejosa torpeza
….
Luciano Marques
Pulchra!
Semântica bonita de fonética feia.
Bellum!
Semântica feia de fonética linda.
Igual ao olhar
De estupenda beleza
E orgulho preclaro
Com tom âmbar
De pleno escárnio
E de invejosa torpeza
….
Luciano Marques
Aprendas a conviver consigo mesmo
É a melhor coisa que podes fazer!
Não é um ato egoísta
Mas um treino altruísta
Para o próprio bem do ser
Pois no fim dos tempos,
Quando atingires a quintescência
E o céu engolir o momento
Estarás tu e tua consciência
E a última lembrança que carregares no fundo do peito
Será para ti consolo ou desespero.
…
Luciano Aparecido Marques
Depois eu faço
Amanhã eu terei tempo
Agora estou alimentando a minha demanda hormonal
Quando eu terminar essa ação tão esquematicamente normal
Eu direi a mim mesmo:
_Que embaraço!
Porque não consigo?
Tal como o discípulo afirmou
Ser difícil fazer aquilo que é preciso em detrimento do que eu quero
Sei o que devo realizar, mas coloco na frente a imediata vontade estéril
Dessa forma me torno quem sou
E não o que preciso.
E assim passa-se o tempo
Jocoso e tenaz, mas maquinalmente sádico
Pois quando termina a aurora do desejo encravado na alma
Ele sai indiferente rumo ao infinito e com toda calma
Nos deixa perdidos no presente trágico
No qual perdemos o momento
Luciano Aparecido Marques
Naquele dia o mundo estará ausente
E a fenda do tempo se desdobrará.
Atônito afogado na mente
O corpo dará o seu último suspiro
E do peito mortal
O coração que tanto amou
Baterá pela última vez
Os estímulos todos se irão
Sobrará apenas a solidão e o medo
O sol brilhará lá fora
O céu estará em seu lugar
Uma criança estará sorrindo
Alguém do outro lado do mundo também estará morrendo
Mas a alma viverá
O Espírito da esperança resistirá
E encontrará em Deus sua morada.
Amém.
Luciano Aparecido Marques
Em tom de graça
Um menino corre pelo trilho do trem.
De um lado a floresta densa
Do outro o precipício oblíquo.
Sua mãe o observa atenta
Dói só de pensar em perdê-lo…
_ Saia daí menino, lá vem o trem!!!!
Para ele a imigração é aventura,
Para os demais, em fila indiana, tudo é sem sentido
Não há nada certo, só dúvidas!
Mas ao garoto, o trilho do trem já significa tudo:
A travessia para terras desconhecidas
A vida nova, a paisagem que se abre…
A inocência é capaz de dar sentido onde não há
E a beleza que vem dos olhos do observador
Ultrapassa as barreiras insólitas da injustiça.
Amemos para compreender
Compreendamos para amar.
Luciano Aparecido Marques.
O que seria da minha vida sem você?
O faroleiro sem companhia,
Ou o ébrio jogado na sarjeta?
O fato é que a vida não seria
Mais do que um universo sem planeta.
Qual seria o rumo a tomar sem você?
Não seria apenas uma cisterna vazia,
Um oásis feito de miragem,
Cuja opaca e languida apatia
Sobreporia a paisagem de tal imagem?
A que conclusão chego em tal querela?
Sou o que tu vês
Porque tu és em mim
E o derradeiro fim
Sou eu em você.
…..
Luciano Marques
For those who are passionate by a minimalist written style, Raymond Carver is a great option for your next reading choice. Mr. Carver’s tales go further the daily immediate problems we deal with, once he brings more intimate manias, self expectations and mediocrity. These three themes are spread in his tales.
A good example of that is his tale “Neighbors” (spoilers ahead), in which the narrator presents a couple, Bill and Arlene Miller, who show strange behavior when they start looking after their neighbors’ house while they are on a trip. Bill begins visiting the neighbor’s house often, and puts on his wife neighbor’s bras and painties. Apart from that strange mania, Bill becomes more eager to have sex with Arlene.
Another example is the tale “They are not your husband” in which an unemployed salesperson named Earl Ober goes to her wife’s workplace, a coffee shop, and orders some snack. While she is waiting on the guests, Earl listens to two men’s commentaries on her wife:
“Look at the ass on that. I don’t believe it” The other man laughed. “I’ve seen better”
Raymon Carver in “Will you please be quiet, please?”
Earl becomes paranoid about Doreen’s (his wife) weight and decides to ask her to go on a diet. Doreen makes a great effort to lose pounds while Earls starts controlling her habits and public life.
By unveiling the real American dream, Mr. Carver excavates deeply in the soul of the common American and shows the reader some aspects of the raw reality of the post Great Depression. His direct and economic style turns the narrative more suggestive than exposed, which makes his tales more vivid and riddled. The reader ends up fulling the holes more by the suggestive scenes than the explicit text.
A good example of that is the tale “The Idea”, from which we may infer, by her inner thought, that the narrator has a repressed wish to cheat on her husband, while showing us the contrary through her hypocritical actions.
To make a long story short, it is worth reading Raymond Carver in order to find out the dark side of the moon on humans.
Luciano Aparecido Marques
Da trilha que o orante percorre
Jesus há de ser o centro,
O destino final e concreto
O conforto no caminho é Maria
O contato direto é o terço
Em cuja oração imersos
Os sábios já sabem
Que para tal dádiva não há preço
E mesmo que se quisesse o inverso
E com ouro lhe enchessem o alforje
Ainda assim tal adereço
É nada comparado ao Eterno.
Luciano Aparecido Marque
Ela remói dolorida aqui dentro,
Remexe gosmenta em todos os cantos.
Foge enquanto eu a busco atento,
Com meus neurônios pulsando nos flancos.
Fica cravada feito vã maldade
Sem remédio de nenhuma parte.
Ferpa encrustada no fundo da carne.
Seu nome qual é!!? Chamam-na saudade!
Onde está afinal aquela estrela
Que costumava brilhar no céu negro,
E de manhã tão quente como sol
Abria a porta do sorriso
E com olhos brilhantes feito farol
Dizia: “Nossa, que dia lindo”?
É, meu caro, o que fazer nesta hora?
Resta apresentar ao criador,
Do poente a aurora, a própria dor
Que como bálsamo cicatrizante,
Fará um dia a dor ficar menos pulsante.
Luciano Aparecido Marques
Nunca se esqueças que na escuridão
Deus ali estará!
E a fenda aberta pelo medo,
O Espírito Santo curará.
No abandono do desespero e da dor
Quando tudo parecer perdido,
Tens as mãos estendidas do Criador
Com seu punho destro estendido.
E quando não souberes como agir,
O que fazer de sua sacra vida,
Os santos lhe serão modelo, dos quais o maior
É a Santa Virgem Maria.
Por fim, no meio do negrume maléfico da dor
Procure pelo Salvador.
Siga ao fim do tunel até a luz.
Ali o encontrarás! Lá, no silêncio da oração,
O cordeiro de Deus, Jesus.
Luciano Aparecido Marques