Apenas um poema.

Dieta do poeta

Acordemos e bebamos vírgulas

Uma dieta balanceada

Necessita de metáforas

Com hiatos e ditongos, uma pitada de dígrafos

No almoço, um parágrafo bem gordo

Ao molho de uma suculenta crônica

Ao término do dia, exercícios e caminhada

Que te fazem suar reticências e pontos finais

No jantar, uma leve canja de poesia

Acompanhada de um doce soneto decassílabo

Antes de dormir, apreciemos

Uma fatia bem magra de redondilhas menores

Por fim, durmamos e sonhemos com musas

Que nos inspirarão no dia seguinte.

Luciano Marques.